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sábado, maio 19, 2012

R.I.P. Dietrich Fischer-Dieskau

Hoje poucas palavras e um grande silêncio respeitoso em despedida a um dos maiores cantores do século XX. Herr Fischer-Dieskau, o grande e insuperável barítono que marcou tantos papéis operísticos (de Wagner, entre outros) e interpretações de canto lírico (Schubert, Brahms, Strauss, Mahler...) acaba de nos deixar. Uma voz memorável e insubstituível.
Uma pequena lembrança dele aqui cantando a ária "Iche habe genug" de Bach.

sábado, abril 14, 2012

A Harpa Minimalista de Remy

Em atendimento a amigos deste blog hoje repito a dose de Shostakovich e venho destacar o trabalho minimalista do jovem harpista Remy van Kesteren. Este músico holandês de só 23 anos, já tão premiado, fez seu debut através da Royal Concertgebauw orchestra.
Ouçam sua transcrição para harpa do 'Prelúdio e Fuga Nº4 em E menor, Op.87', que já teve destaque no post anterior. Muito, muito bonita. Até mesmo quem não é grande admirador do instrumento desfrutará...
Para quem quiser saber mais sobre a carreira e o talento desse músico o endereço certo é: http://remyvankesteren.nl/

sábado, março 31, 2012

Lembrando Shostakovich

Em atendimento a amigos deste blog hoje repito a dose de Shostakovich e venho destacar o trabalho minimalista do jovem harpista Remy van Kesteren. Este músico holandês de só 23 anos, já tão premiado, fez seu debut através da Royal Concertgebauw orchestra.
Ouçam sua transcrição para harpa do 'Prelúdio e Fuga Nº4 em E menor, Op.87', que já teve destaque no post anterior. Muito, muito bonita. Até mesmo quem não é grande admirador do instrumento desfrutará...
Para quem quiser saber mais sobre a carreira e o talento desse músico o endereço certo é: http://remyvankesteren.nl/

sábado, março 24, 2012

"Guerra e Paz" com Portinari, Drummond, Milton e Mehmari


Hoje uma dica imperdível aos amantes da arte grandiosa "tão brasileira" de Portinari: a exposição dos seus magistrais murais "Guerra e Paz", no Memorial da América da Latina aqui em São Paulo. Obras que ele produziu entre 1952 e 1956, que foram doadas pelo governo brasileiro à sede da ONU em NY e que desde então ornam o hall de entrada da Assembléia Geral. Infelizmente o local hoje é de acesso restrito por todas as questões de segurança. Por isso vale tanto a pena vê-los expostos aqui. Para quem quiser saber mais sobre a obra o website é: www.guerraepaz.org.br.

Mas não me estenderei mais pois quero dar espaço e reproduzir aqui, mais abaixo, a expressiva poesia de Carlos Drummond de Andrade escrita em homenagem ao pintor brasileiro por ocasião de sua morte em 1962. Esta poesia inclusive toma parte da exposição de forma marcante, na própria voz do poeta. Como pequena contribuição para a sua leitura sugiro como pano de fundo (musical) a execução da "Suite Clube da Esquina" (com temas de Milton Nascimento, Lô Borges e Toninho Horta), arranjada e executada pelo trio do grande André Mehmari (com José Alexandre Carvalho no baixo acústico e Sergio Reze na bateria) - basta clicar o link.



"A Mão"

Entre o cafezal e o sonho,
O garoto pinta uma estrela dourada
na parede da capela,
e nada mais resiste à mão pintora.

A mão cresce e pinta
o que não é para ser pintado mas sofrido.

A mão está sempre compondo
módul-murmurando
o que escapou à fadiga da Criação
e revê ensaios de formas
e corrige o oblíquo pelo aéreo
e semeia margaridinhas de bem-querer no baú dos vencidos.

A mão cresce mais e faz
do mundo-como-se-repete o mundo que telequeremos.

A mão sabe a cor da cor
e com ela veste o nú e o invisível.
Tudo tem explicação porque tudo tem (nova) cor.
Tudo existe porque foi pintado à feição de laranja mágica
não para aplacar a sede dos companheiros,
principalmente para aguçá-la
até o limite do sentimento da terra domicílio do homem.

Entre o sonho do cafezal
entre guerra e paz
entre mártires, ofendidos,
músicos, jangadas, pandorgas,
entre os roceiros mecanizados de Israel,
a memória de Giotto e o aroma primeiro do Brasil
entre o amor e o ofício
eis que a mão decide:

Todos os meninos, ainda os mais desgraçados,
sejam vertiginosamente felizes
como feliz é o retrato
múltiplo verde-róseo em duas gerações
da criança que balança como flor no cosmo
e torna humilde, serviçal e doméstica a mão excedente
em seu poder de encantação.

Agora há uma verdade sem angústia
mesmo no estar-angustiado.
O que era dor é flor, conhecimento
plástico do mundo.

E por assim haver disposto o essencial,
deixando o resto para os doutores de Bizâncio,
bruscamente se cala
e voa para nunca-mais
a mão infinita
a mão-de-olhos-azuis de Cândido Portinari.

Carlos Drummond de Andrade

ANDRADE, Carlos Drummond de. A Mão. In:______. Carlos Drummond de Andrade: poesia e prosa. Introdução Afrânio Coutinho. 8. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. p. 323-324.

sábado, março 10, 2012

Em busca da Paz. Tord Gustavsen Trio

Parado no trânsito? Sensação de desperdício de tempo? Para um pouco de paz e paciência nesses momentos a minha recomendação é poder se abstrair ouvindo boa música. Outro dia, início da noite, estava eu voltando para casa em meio a um mar de lanternas vermelhas acesas. Pelo sorteio (shuffle) do som do meu carro teve início uma levada de notas quase minimalistas, rarefeitas, de um piano cadenciado apoiado pelo toque leve das vasourinhas da bateria e pelas marcas também econômicas do baixo acústico. Era um belo exemplar do jazz nórdico produzido pelo trio do pianista Tord Gustavsen (com Harald Johnsen no baixo e Jarle Vespestad na bateria). A música? "Colours of Mercy" do excelente e meditativo álbum "The Ground", de 2004. Clique o link abaixo para ouvir (e vale procurar a posição mais confortável da cadeira). Em tempo, o grupo (agora Tord Gustavsen Quartet, com um saxofone adicionado) lançou neste início de 2012 um novo álbum igualmente imperdível para os amantes do jazz: "The Well". Abraços.



sábado, março 03, 2012

Kaori Muraji

Trago hoje uma curta e boa dica: para quem ainda não conhece gostaria de apresentar o trabalho da jovem violonista japonesa Kaori Muraji.
De formação clássica, já bem premiada, e natural de Tokyo ela assinou ainda jovem com a Decca. A primeira coisa que ouvi de seu trabalho não era clássico e me impressionou muito por isso divido aqui com vocês: uma bela e delicada interpretação ao vivo do tema do filme "Merry Christmas Mr. Lawrence" de Riuji Sakamoto acompanhada ao piano pelo próprio. Um abraço.

sábado, janeiro 28, 2012

Lembrando Elisabeth Schwarzkopf em "O Cavaleiro da Rosa"

Este post sem dúvida é para os apreciadores de ópera, da grande soprano Elisabeth Schwarzkopf e do compositor Richard Strauss (mas também para aqueles que tem interesse por música e gostariam de conhecer mais sobre o assunto).
Há poucos anos vi postado na internet (no YouTube) um raro video com o fim do 3o. Ato da ópera "Der Rosenkavalier/O Cavaleiro da Rosa" de Richard Strauss. Tratava-se de uma magnífica montagem filmada (em cena) em 1960, no Festival de Salzburg, pelo diretor Paul Czinner. A produção contava com nada mais nada menos que:

- Elisabeth Schwarzkpof, soprano (como a Marschallin, por muitos considerada a melhor de todas nesse papel)
- Sena Jurinac, mezzo-soprano (Octavian)
- Anneliese Rothenberger, soprano (Sophie)
- Otto Edelmann, baixo (Baron Ochs)
- a Orquestra Filarmônica de Viena e
- a regência de Herbert von Karajan

Não é preciso dizer muito mais, a não ser que esse video continha os aclamados trio e duetos finais do encerramento da obra.
Pois bem, para minha sorte eu hoje reencontrei o video deste mesmo trecho numa versão remasterizada, que mostra com muito melhor qualidade a imagem e som dessa tão bela produção e que venho aqui dividir com vocês.
Destaco observarem a beleza, a sutil interpretação e a bela voz de Schwarzkopf (então com 45 anos), o trio soberbo, o belo dueto final de Octavian (personagem masculino destinado a uma mezzo-soprano) e Sophie e, nos agradecimentos, Karajan subindo ao palco para agradecer os aplausos e mostrando ainda cabelos escuros.
A filmagem desse trecho final está dividida a seguir em dois videos assim sugiro acompanharem o primeiro até o seu minuto 4:55 e nesse ponto pará-lo e iniciar o segundo video. Desfrutem!

quarta-feira, janeiro 04, 2012

Feliz 2012 com Liszt e Lang Lang!!

Meus caros, celebrando ainda o início de 2012 trago a todos aqui um presente. A execução do jovem mas já muito famoso pianista chinês Lang Lang para uma das mais populares obras de Franz Liszt: o Liebesträum Nº 3 ("Sonho de Amor"), composição de 1850. Esta é uma gravação feita no Carnegie Hall aparentemente em 2008 (infelizmente não consegui confirmar).
Uma bela e emotiva interpretação (a qual já percebi que não é unânime, o que pode ser um bom sinal...). Estejam atentos, Lang Lang deverá tocar este ano aqui em SP conforme a programação da Cultura Artística em 20 e 22 de maio. Aqui vai...