No último sábado assisti ao espetáculo da companhia de dança Pina Bausch Wuppertal Tanztheater, no Teatro Alpha. Era ocasião especial não só pela oportunidade de voltar a assistir ao trabalho do grupo mas também pelo fato da companhia infelizmente não contar mais com a sua criadora/coreógrafa, falecida este ano. Como nas vezes anteriores em que assisti à companhia, fiquei absolutamente embasbacado e saí de lá em estado de graça. Me é difícil expressar, sem repetir os comentários de pessoas mais aptas que eu a analisar a dança (a começar pela minha mulher Mônica), o quanto o trabalho de Pina é magnífico e tocante. As coreografias vão muito além da dança pois trabalham a dramaticidade, a idéia, o humor, o patético, o sensível, enfim, o absurdo e o divino que compõem o ser humano. ‘Café Müller’ (muito inventivo) e ‘A Sagração da Primavera’, rito bárbaro magistralmente pulsante, me fizeram ouvir e perceber as respectivas peças de Purcell e Stravinsky sob pontos de vista novos. As peças musicais, a semi-ópera 'The Fairy Queen' do inglês Henry Purcell (para Café Müller) e 'Le Sacre Du Printemps' (A Sagração da Primavera) de Stravinsky respectivamente, ficaram melhores nestes trabalhos de Pina. Espero que seu trabalho tão original e moderno siga sendo conduzido pela Pina Bausch Wuppertal Tanztheater agora que ela, sua principal pensadora, não mais está. Uma lágrima e um 'Brava!' para Pina. Para um lampejo do que quero dizer, chequem o link: http://www.youtube.com/watch?v=KXVuVQuMvgA