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domingo, novembro 26, 2006

e.s.t. ou Esbjörn Svensson Trio. Grande!


Hoje, considerando que sou um fã de carteirinha do trabalho genial de Keith Jarrett (chequem o seu último e emocionante álbum lançado com o histórico concerto do Carnegie Hall), quero destacar um expoente da nova geração de jazzistas: o e.s.t. ou Esbjörn Svensson Trio. Um super power jazz-trio de Estocolmo, Suécia, que esbanja técnica e surpreende por mostrar novos caminhos combinando jazz com drum ‘n’ bass, elementos eletrônicos, ritmo funk, pop, rock e algo de música erudita. Detalhe: sem concessão ao modelo comercial "easy listening" de outros artistas que, com verniz jazzístico, não vão além de um certo pop bem arranjadinho ( como Jamie Cullum, Norah Jones, etc). Mais, preferem uma pose mais simples (não se destaca um líder X músicos de apoio), pop (já tiveram videos de jazz que tocaram na MTV Scandinavia) e incorporam em seus shows efeitos de luz, fumaça, etc, antes restritos a produções de outros estilos. Minha indicação: ouçam a fantástica “Dodge the Dodo” do álbum “From Gagarin’s Point of View”. Grande!!
Para os interessados em explorar mais o link oficial do trio é: http://www.est-music.com/

Nota de Pesar (02/09/09): o Magma Música esteve fora do ar por bom tempo e dessa forma não tive a  oportunidade de render minha homenagem póstuma a Esbjörn Svensson. O competentíssimo pianista do E.S.T. morreu cêdo, ano passado, em acidente durante prática de mergulho submarino perto de Estocolmo. Tinha 44 anos. Uma grande pena.

quarta-feira, junho 07, 2006

Simplesmente Bennett

Hoje volto o olhar (e os ouvidos) ao jazz e aos clássicos standards da música americana. Clássicos que encantaram gerações e ainda conquistam admiradores por aí com melodias de qualidade, quase sempre recheadas com arranjos memoráveis, e que traduzem romance, paixão, alegria, humor, depressão, traição, etc.
Em meio a esse mood especial quero homenagear hoje uma das maiores vozes masculinas da música americana de todos os tempos. Aquele que foi chamado por Sinatra “the best voice in the business”. Falo de Tony Bennett. Excepcional cantor, hoje com mais de 50 anos de carreira (e ainda cantando por aí) e que sempre teve timbre, potência, interpretação e timing de altíssima qualidade percorrendo o American songbook do popular ao jazz.
Aqueles que conhecem o seu trabalho (afinal são 108 albums sendo alguns absolutamente espetaculares e outros tantos na linha mais comercial/popular mas na maioria das vezes com qualidade muito acima da média) sabem a que me refiro.
Assim, de Tony Bennett, gostaria de recomendar o álbum que peguei para ouvir esta semana no CD player do meu carro: “Jazz”, lançado em 1987 com gravações de 1954 a 1967 – studio e ao vivo. São 22 grandes canções nas quais Bennett passeia mostrando sua grande potência vocal (“Stella by Starlight” por exemplo), agonia (“While the Music Plays On") e emoção (a especialíssima “Solitude”, minha preferida do disco).
“Jazz” de Tony Bennett é um must para qualquer jazz aficionado. Vale conferir.

quarta-feira, maio 24, 2006

Arctic Monkeys e nomes recentes do rock

Nos últimos tempos (com grande rapidez e duração proporcionalmente curta) aparecem bandas ou nomes novos no cenário mundial de rock, pop, soul, jazz-pop, etc, que se constituem na nova revelação do momento e portanto viram expectativa de sucessos, recordes de venda, status, idolatria e tudo o mais. Porém são poucos os que passam do teste do primeiro single e menos ainda os que passam do primeiro álbum. Sinal dos tempos? Canto do cisne da indústria da música como ela é hoje? Queda de braço com a internet e a pirataria? As razões são muitas...
Sob esse prisma hoje queria trazer alguns nomes novos que merecem ser conferidos, sem maiores pretensões. Mais que nada pela sua novidade e pela energia que trazem ao ‘show’ (menos por serem originais em sua sonoridade e por repetirem – alguns descaradamente – a mesma fórmula). Um dos grupos mais cultuados atualmente no UK e logo por aqui são os Arctic Monkeys (desde outubro quando lançaram o hit "I Bet You Look Good on the Dancefloor" através do álbum Whatever People Say I Am, That's What I'm Not). Esta banda de Sheffield foi catapultada para a fama depois que figuras como Noel Gallagher (Oasis), David Bowie e Mick Jagger fizeram referências elogiosas. Vale o checking. Além deles queria apresentar uma seleção abaixo (uma playlist) com outras bandas que apareceram nos últimos anos e que tem tido destaque na imprensa de música por aí. A seleção tem o nome da banda e uma faixa que não necessariamente é a que fez/faz mais sucesso mas sim a que me chamou a atenção nesse momento. Lá vai:

· The Arcade Fire (Rebellion (Lies) )
· Elbow (Forget Myself)
· Embrace (Ashes)
· Feeder (Tumble And Fall)
· Franz Ferdinand (Take Me Out)
· The Futureheads (Hounds Of Love)
· Kaiser Chiefs (I predict a riot)
· The Killers (Mr Brightside)
· The Magic Numbers (Forever Lost)
· Rocco DeLuca & The Burden (How Fast)
· Snow Patrol (Run)
· Stereophonics (Devil)
· The Strokes (I'll Try Anything Once)
· Switchfoot (Meant To Live)
· The Tears (Lovers)
· Test Icicles (Circle Square Triangle...)
· Turin Brakes (Fishing For A Dream)
· Yeah Yeah Yeahs (Gold Lion)
· Yellowcard (Empty Apartment)

A playlist vale a conferência. Enjoy...

sábado, maio 13, 2006

Kurt Cobain?


Conforme noticiado (e badalado) na imprensa voltada à música foi realizada uma pesquisa junto a 2 mil leitores da revista inglesa NME (New Musical Express) para eleger the most inspiring rock’n’roll icons of all times (os ícones do rock’n’roll mais inspiradores de todos os tempos). O resultado foi mais um terrível sinal dos tempos (surpresa e choque para qualquer um com um pouco mais de conhecimento, interesse e experiência acompanhando o assunto): em primeiro lugar deu Kurt Cobain (ex-vocalista e líder da banda Nirvana). A lista final ficou assim:


1. Kurt Cobain (Nirvana)
2. Pete Doherty (The Libertines/Babyshambles)
3. Morrissey (Smiths)
4. Liam Gallagher (Oasis)
5. Carl Barat (The Libertines/ Dirty Pretty Things)
6. Thom Yorke (Radiohead)
7. Noel Gallgher (Oasis)
8. David Bowie
9. Ian Brown
10. Ian Curtis (Joy Division)

O fato de nomes totalmente ‘hors concours’ como Elvis Presley, Jimi Hendrix, John Lennon, Bob Dylan, Janis Joplin, Mick Jagger, etc, não figurarem entre os top 10 é sinal muito ruim das coisas e, ao mesmo tempo, sinal de que não devemos levar essas pesquisas nada a sério. O único nome aceitável na lista acima seria o de David Bowie (pelo menos um!). Não quero desmerecer os admiráveis Cobain (com a importância do seu Nirvana junto com o movimento grunge) e Yorke (que lidera o brillhante Radiohead) que já tiveram/tem seu espaço de destaque na música. Mas é que não dá para nivelar estes valores de hoje com astros como os mencionados acima que verdadeiramente ‘inspiraram’ e ‘influenciaram’ várias gerações. Por isso chega de espaço à pesquisa aqui. A minha dica de hoje, inspirado pelo triste esquecimento de reais valores do rock’n’roll, é a balada soft rock “You Make Lovin Fun” do clássico grupo Fleetwood Mac. Ouça na versão do álbum gravado ao vivo “The Dance” com a reunião do grupo para uma turnê em 1997. Com certeza será uma lufada dos bons ares do bom e velho rock’n’roll. Cheers.

sábado, abril 29, 2006

Ouvindo Rosa Passos

























Hoje passando pelo site da renomada revista DownBeat (http://www.downbeat.com/) me deparei com uma chamada para o novo disco lançado no exterior pela nossa Rosa Passos. Rosa é uma grande interprete e violonista reconhecida no exterior, já se apresentou no Blue Note (tempo do Jazz de NY) e merecia maior reconhecimento deste lado da linha do Equador também. O álbum chama-se “Rosa” e foi lançado agora em abril pela Telarc, selo especializado em jazz, blues e música clássica. Enquanto esse trabalho não chega no Brasil (dá só para ouvir trechos através do site da Telarc, http://www.telarc.com/), queria recomendar aqui uma gravação maravilhosa feita por Rosa para o standard de Jobim “Águas de Março” que integra outro álbum (“Brasileiro”, uma seleção de música brasileira da Putumayo). Lembremos a dificuldade que é gravar esta música face à versão absolutamente ‘definitiva’ na voz de Elis Regina que consta do clássico encontro “Elis & Tom”, versão que sem dúvida deve receber sempre todas as reverências. Mas esta também vale a pena. Rosa é uma grande cantora, dona de profunda afinação, técnica e swing, e consegue imprimir efeitos de tempo singulares a esta releitura do clássico. Se não conhece ainda procure conhecer o trabalho de Rosa Passos e fique atento para saber quando ela aparece para se apresentar por estas bandas.

segunda-feira, abril 17, 2006

Dolores de Lenine

Chegou a hora de enaltecer aqui o excelente trabalho que o Lenine tem feito nos últimos anos através de seus albuns, composições, shows (aqui e no exterior). Um dia desses estava vendo o Multishow (canal a cabo da NET – leia-se Globo) e por acaso sintonizei um show na Bastilha, em Paris, que fazia parte das comemorações do ano do Brasil na França (2005). Vários artistas convidados, etc, o Gil (o músico felizmente, não o político) e eis que aparece o Lenine tocando Jack Soul Brasileiro (em duo com o Seu Jorge). Simplesmente fantástico. Poesia divertida com tempo, bossa e levada dignos da homenagem ao Jackson do Pandeiro. Trata-se já de um grande nome da música brasileira.
Já pôde ouvir o seu último álbum ‘In Cité’ gravado ao vivo em Paris? Este (assim como cada um dos álbuns anteriores) sem dúvida deve fazer parte da coleção de qualquer admirador da música brasileira de qualidade. Sinal de que ainda há muito futuro nas novas gerações de cantores/compositores/músicos daqui.
O meu destaque hoje vai para a ótima “Rosebud”, do álbum “In Cite”, com seu violão bem marcado e acompanhado apenas pelo baixo, pelo pandeiro e uma cuíca lá no fundo.
“Dolores, Dolores...dólares”.
Para saber mais visite o site do artista: http://www.lenine.com.br/

domingo, abril 02, 2006

Eagle flew out of the night - Peter Gabriel

É impressionante o poder que uma boa música tem de alterar/melhorar o nosso humor especialmente naqueles dias em que estamos preocupados, alterados ou simplesmente sem aquela grande motivação. Pelo menos funciona muito bem comigo. Neste sábado pela manhã estava um pouco desanimado quando saí caminhando com o meu Ipod. De repente, aleatoriamente, entrou a música Solsbury Hill de Peter Gabriel que é absolutamente up mood e não dá para negar que fez mudar minha disposição para melhor. “Hey son, grab your things I’m going to take you home…”
Não sei se todos sabem mas esta música descreve de maneira metafórica o que se passou na vida do próprio Peter quando, no auge de seu estrelato e fama como vocalista e líder do grupo Gênesis, então um dos grandes do rock progressivo inglês, ele simplesmente decidiu abandonar o ‘barco’ e o grupo (do qual era efetivamente a alma) e partiu para uma carreira solo. Ressalte-se que adotando nesse momento um modelo de música absolutamente diferente do que tinha até então e trabalhando um som novo sem concessões comerciais e com grande influência da ainda pouco reconhecida ‘world music’ da época (concedendo espaço e apoio a músicos do oriente, África, etc).
Peter conseguiu se superar mais uma vez e tem realizado um trabalho elogiável pela qualidade poética, sonoridade e arranjos realmente arrebatadores. Além de Solsbury Hill, do seu primeiro disco solo simplesmente chamado "Peter Gabriel" - produzido pelo lendário Bob Ezrin e com participações de Robert Fripp e Tony Levin-, quero também destacar dentre tantas músicas maravilhosas a bela e tocante “Father and Son” do seu álbum de estúdio “Ovo” de 2000, uma singela homenagem ao seu pai.
Não deixe de ouvir a ambas (e a tudo que puder do Sr. Gabriel) e confira o seu site que é fantástico: http://www.petergabriel.com/.

quinta-feira, março 30, 2006

Dance and shake your tambourine...The Trammps

Um pouco de passado hoje. Quem, como eu, também curtiu nos anos 70 o som ‘motown’ que precedeu a onda 'disco' com certeza tem uma série de melodias na cabeça que remetem à época, às festas e bailes. Lembranças demais...Pois saibam que tem um grupo que sempre fez sucesso e marcou com louvor pelos hits tanto da fase chamada ‘motown’ quanto depois da fase 'disco'. Falo dos ‘The Trammps’ formada pelos vocalistas Jimmy Ellis, Harold Doc Wade, Stanley Wade e Earl Young, uma das primeiras bandas denonimadas 'disco' formada nos anos 70 (originária da Filadelfia). Aqui vai uma recomendação "2 em 1" fora de série: a fantástica, up mood e R&B bem ‘motown’ “Where do We Go from Here” e, de outro momento mais tarde (já na fase disco), a clássica “Disco Inferno” que embalou milhões num dos melhores momentos do filme “Saturday Night Fever” - e depois teve outro milhão de remixes e samplers incluindo aí até o nosso Lulu Santos mas isso já é uma outra estória. Dance and shake your tambourine...

quarta-feira, março 29, 2006

O bardo Ben Harper

Saiu o novo disco do cultuado Ben Harper e se chama “Both Sides of the Gun”. É mais um excelente trabalho deste músico/cantor que tem influências das mais variadas fontes como folk, pop, rock, R&B e reggae. O interessante é que este novo álbum (que seria um álbum duplo) tem cada ‘disco’ dedicado para estados de humor opostos: ‘peace’ e ‘war’.

De cada ‘disco’ recomendarei uma faixa aqui que, sem dúvida, devem ser conferidas: a baladíssima ‘Morning Yearning’ (do ‘peace’) e o rock & roll ‘Get It Like You Want It’ (‘war’). Esta última tem uma pegada ‘Stones’ como nem mesmo os próprios Rolling Stones vem mostrando há algum tempo. Se quiser saber mais cheque o site do próprio artista: www.benharper.net

Merece a recomendação com 4 estrelas (de 5).