Magma Música por M. Blesa
Magma Música: comentários, informações e dicas sobre música e outras artes independentemente de estilo, origem e época. Espero que estas notas possam inspirar musicalmente quem passar por aqui.
domingo, agosto 18, 2019
Mazzy Star - Look On Down From The Bridge
Interessante melancholic mood, belo vocal no ponto (sem nada a mais nem a menos...).
terça-feira, agosto 02, 2016
"Mercy, mercy, mercy"... é do que precisamos (Cannonball Aderley sabia das coisas!).
Tempos bicudos e belicosos... Lembrei desta melodia que endereça uma das maiores necessidades da humanidade neste momento. Do gigante Cannonball Aderley: "Mercy, Mercy, Mercy"!!!
segunda-feira, dezembro 22, 2014
Joe Cocker, RIP
Em 1969 o festival de Woodstock reuniu cerca de 400 mil pessoas (muito além do que os organizadores imaginavam e estavam preparados para receber) numa fazenda em Bethel, estado de New York. Os três dias do festival reuniram alguns dos maiores ícones do rock e do pop (de todos os tempos) que se apresentaram por lá apesar da chuva e da falta de estrutura que ameaçavam constantemente o evento. The Who, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Santana, Credence Clearwater Revival, Crosby Stills Nash & Young, entre vários outros, se seguiram. Em meio a tantas estrelas de primeira grandeza, no entanto, a música que acabou virando símbolo (espécie de "vinheta") do festival viria a ser uma versão 'cover' bem diferente e totalmente bluesy da canção "With A Little Help From My Friends" dos Beatles (originalmente cantada por Ringo de forma bem comportada). Nesta versão o riff de abertura na guitarra (sequência simples de três acordes) marcou tanto que acabou sendo repetidamente usado como fundo em quase todo video ou filme que tratasse do evento... O ousado e tresloucado cantor daquela versão (que resgatava muito da influência dos vocais de Ray Charles) era Joe Cocker, cantor britânico de rock e blues que muitos consideravam (consideram) único. Aquela música integrava o seu disco de estréia (1968). Voz áspera, gritada até ficar rouca, corpo sempre elétrico, Joe Cocker nunca teve exatamente uma presença de palco admirável... ao contrário (certa vez o comediante John Belushi imitou sua peculiar presença de palco durante uma apresentação do cantor no Saturday Night Live, disponível no You Tube... o cantor levou completamente na esportiva). Mas a sua voz, esta era absolutamente marcante e inesquecível e entraria para a história. Vários outros sucessos seus se sucederiam (como "You are so beautiful", "Unchain my heart", "Up where we belong", "You can leave your hat on", etc)... até a data de hoje. Aos 70 anos Cocker faleceu hoje em decorrência do câncer que tinha no pulmão. Presto aqui uma pequena homenagem ao bom e velho "Mad Dog", Joe Cocker, que de certa forma ainda carregava em sua voz um pouco da alma e dos sonhos daqueles anos lembrados como "maravilhosos". (PS: na série TV americana "Wonder Years", sucesso nos anos 90, a abertura usava justamente a versão de "With a little help..." de Cocker que está no link abaixo). RIP.
domingo, dezembro 14, 2014
Incêndios (Incendies)
Tinha deixado passar mas por indicação de amigos finalmente assisti hoje a este impactante filme de 2010 do canadense Denis Villeneuve cujo roteiro tem a sua versão para teatro atualmente em cartaz em SP. Drama áspero, é uma pancada no peito que segue te incomodando mesmo depois da sessão. Merecidamente ganhou muitos admiradores e concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2011. Como aperitivo posto abaixo trailer 'não oficial' do filme com a ótima "You And Whose Army?" do Radiohead, da trilha sonora original. Não perca! (disponível no Netflix).
sábado, maio 19, 2012
R.I.P. Dietrich Fischer-Dieskau
Hoje poucas palavras e um grande silêncio respeitoso em despedida a um dos maiores cantores do século XX. Herr Fischer-Dieskau, o grande e insuperável barítono que marcou tantos papéis operísticos (de Wagner, entre outros) e interpretações de canto lírico (Schubert, Brahms, Strauss, Mahler...) acaba de nos deixar.
Uma voz memorável e insubstituível.
Uma pequena lembrança dele aqui cantando a ária "Iche habe genug" de Bach.
Uma pequena lembrança dele aqui cantando a ária "Iche habe genug" de Bach.
sábado, abril 14, 2012
A Harpa Minimalista de Remy
Em atendimento a amigos deste blog hoje repito a dose de Shostakovich e venho destacar o trabalho minimalista do jovem harpista Remy van Kesteren. Este músico holandês de só 23 anos, já tão premiado, fez seu debut através da Royal Concertgebauw orchestra.
Ouçam sua transcrição para harpa do 'Prelúdio e Fuga Nº4 em E menor, Op.87', que já teve destaque no post anterior. Muito, muito bonita. Até mesmo quem não é grande admirador do instrumento desfrutará...
Para quem quiser saber mais sobre a carreira e o talento desse músico o endereço certo é: http://remyvankesteren.nl/
Ouçam sua transcrição para harpa do 'Prelúdio e Fuga Nº4 em E menor, Op.87', que já teve destaque no post anterior. Muito, muito bonita. Até mesmo quem não é grande admirador do instrumento desfrutará...
sábado, março 31, 2012
Lembrando Shostakovich
Em atendimento a amigos deste blog hoje repito a dose de Shostakovich e venho destacar o trabalho minimalista do jovem harpista Remy van Kesteren. Este músico holandês de só 23 anos, já tão premiado, fez seu debut através da Royal Concertgebauw orchestra.
Ouçam sua transcrição para harpa do 'Prelúdio e Fuga Nº4 em E menor, Op.87', que já teve destaque no post anterior. Muito, muito bonita. Até mesmo quem não é grande admirador do instrumento desfrutará...
Para quem quiser saber mais sobre a carreira e o talento desse músico o endereço certo é: http://remyvankesteren.nl/
Ouçam sua transcrição para harpa do 'Prelúdio e Fuga Nº4 em E menor, Op.87', que já teve destaque no post anterior. Muito, muito bonita. Até mesmo quem não é grande admirador do instrumento desfrutará...
sábado, março 24, 2012
"Guerra e Paz" com Portinari, Drummond, Milton e Mehmari
Hoje uma dica imperdível aos amantes da arte grandiosa "tão brasileira" de Portinari: a exposição dos seus magistrais murais "Guerra e Paz", no Memorial da América da Latina aqui em São Paulo. Obras que ele produziu entre 1952 e 1956, que foram doadas pelo governo brasileiro à sede da ONU em NY e que desde então ornam o hall de entrada da Assembléia Geral. Infelizmente o local hoje é de acesso restrito por todas as questões de segurança. Por isso vale tanto a pena vê-los expostos aqui. Para quem quiser saber mais sobre a obra o website é: www.guerraepaz.org.br.
Mas não me estenderei mais pois quero dar espaço e reproduzir aqui, mais abaixo, a expressiva poesia de Carlos Drummond de Andrade escrita em homenagem ao pintor brasileiro por ocasião de sua morte em 1962. Esta poesia inclusive toma parte da exposição de forma marcante, na própria voz do poeta. Como pequena contribuição para a sua leitura sugiro como pano de fundo (musical) a execução da "Suite Clube da Esquina" (com temas de Milton Nascimento, Lô Borges e Toninho Horta), arranjada e executada pelo trio do grande André Mehmari (com José Alexandre Carvalho no baixo acústico e Sergio Reze na bateria) - basta clicar o link.
"A Mão"
Entre o cafezal e o sonho,
O garoto pinta uma estrela dourada
na parede da capela,
e nada mais resiste à mão pintora.
A mão cresce e pinta
o que não é para ser pintado mas sofrido.
A mão está sempre compondo
módul-murmurando
o que escapou à fadiga da Criação
e revê ensaios de formas
e corrige o oblíquo pelo aéreo
e semeia margaridinhas de bem-querer no baú dos vencidos.
A mão cresce mais e faz
do mundo-como-se-repete o mundo que telequeremos.
A mão sabe a cor da cor
e com ela veste o nú e o invisível.
Tudo tem explicação porque tudo tem (nova) cor.
Tudo existe porque foi pintado à feição de laranja mágica
não para aplacar a sede dos companheiros,
principalmente para aguçá-la
até o limite do sentimento da terra domicílio do homem.
Entre o sonho do cafezal
entre guerra e paz
entre mártires, ofendidos,
músicos, jangadas, pandorgas,
entre os roceiros mecanizados de Israel,
a memória de Giotto e o aroma primeiro do Brasil
entre o amor e o ofício
eis que a mão decide:
Todos os meninos, ainda os mais desgraçados,
sejam vertiginosamente felizes
como feliz é o retrato
múltiplo verde-róseo em duas gerações
da criança que balança como flor no cosmo
e torna humilde, serviçal e doméstica a mão excedente
em seu poder de encantação.
Agora há uma verdade sem angústia
mesmo no estar-angustiado.
O que era dor é flor, conhecimento
plástico do mundo.
E por assim haver disposto o essencial,
deixando o resto para os doutores de Bizâncio,
bruscamente se cala
e voa para nunca-mais
a mão infinita
a mão-de-olhos-azuis de Cândido Portinari.
Carlos Drummond de Andrade
ANDRADE, Carlos Drummond de. A Mão. In:______. Carlos Drummond de Andrade: poesia e prosa. Introdução Afrânio Coutinho. 8. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. p. 323-324.
sábado, março 10, 2012
Em busca da Paz. Tord Gustavsen Trio
Parado no trânsito? Sensação de desperdício de tempo? Para um pouco de paz e paciência nesses momentos a minha recomendação é poder se abstrair ouvindo boa música. Outro dia, início da noite, estava eu voltando para casa em meio a um mar de lanternas vermelhas acesas. Pelo sorteio (shuffle) do som do meu carro teve início uma levada de notas quase minimalistas, rarefeitas, de um piano cadenciado apoiado pelo toque leve das vasourinhas da bateria e pelas marcas também econômicas do baixo acústico. Era um belo exemplar do jazz nórdico produzido pelo trio do pianista Tord Gustavsen (com Harald Johnsen no baixo e Jarle Vespestad na bateria). A música? "Colours of Mercy" do excelente e meditativo álbum "The Ground", de 2004. Clique o link abaixo para ouvir (e vale procurar a posição mais confortável da cadeira). Em tempo, o grupo (agora Tord Gustavsen Quartet, com um saxofone adicionado) lançou neste início de 2012 um novo álbum igualmente imperdível para os amantes do jazz: "The Well". Abraços.
sábado, março 03, 2012
Kaori Muraji
Trago hoje uma curta e boa dica: para quem ainda não conhece gostaria de apresentar o trabalho da jovem violonista japonesa Kaori Muraji.
De formação clássica, já bem premiada, e natural de Tokyo ela assinou ainda jovem com a Decca. A primeira coisa que ouvi de seu trabalho não era clássico e me impressionou muito por isso divido aqui com vocês: uma bela e delicada interpretação ao vivo do tema do filme "Merry Christmas Mr. Lawrence" de Riuji Sakamoto acompanhada ao piano pelo próprio. Um abraço.
De formação clássica, já bem premiada, e natural de Tokyo ela assinou ainda jovem com a Decca. A primeira coisa que ouvi de seu trabalho não era clássico e me impressionou muito por isso divido aqui com vocês: uma bela e delicada interpretação ao vivo do tema do filme "Merry Christmas Mr. Lawrence" de Riuji Sakamoto acompanhada ao piano pelo próprio. Um abraço.
sábado, janeiro 28, 2012
Lembrando Elisabeth Schwarzkopf em "O Cavaleiro da Rosa"
Este post sem dúvida é para os apreciadores de ópera, da grande soprano Elisabeth Schwarzkopf e do compositor Richard Strauss (mas também para aqueles que tem interesse por música e gostariam de conhecer mais sobre o assunto).
Há poucos anos vi postado na internet (no YouTube) um raro video com o fim do 3o. Ato da ópera "Der Rosenkavalier/O Cavaleiro da Rosa" de Richard Strauss. Tratava-se de uma magnífica montagem filmada (em cena) em 1960, no Festival de Salzburg, pelo diretor Paul Czinner. A produção contava com nada mais nada menos que:
- Elisabeth Schwarzkpof, soprano (como a Marschallin, por muitos considerada a melhor de todas nesse papel)
- Sena Jurinac, mezzo-soprano (Octavian)
- Anneliese Rothenberger, soprano (Sophie)
- Otto Edelmann, baixo (Baron Ochs)
- a Orquestra Filarmônica de Viena e
- a regência de Herbert von Karajan
Não é preciso dizer muito mais, a não ser que esse video continha os aclamados trio e duetos finais do encerramento da obra.
Pois bem, para minha sorte eu hoje reencontrei o video deste mesmo trecho numa versão remasterizada, que mostra com muito melhor qualidade a imagem e som dessa tão bela produção e que venho aqui dividir com vocês.
Destaco observarem a beleza, a sutil interpretação e a bela voz de Schwarzkopf (então com 45 anos), o trio soberbo, o belo dueto final de Octavian (personagem masculino destinado a uma mezzo-soprano) e Sophie e, nos agradecimentos, Karajan subindo ao palco para agradecer os aplausos e mostrando ainda cabelos escuros.
A filmagem desse trecho final está dividida a seguir em dois videos assim sugiro acompanharem o primeiro até o seu minuto 4:55 e nesse ponto pará-lo e iniciar o segundo video. Desfrutem!
Há poucos anos vi postado na internet (no YouTube) um raro video com o fim do 3o. Ato da ópera "Der Rosenkavalier/O Cavaleiro da Rosa" de Richard Strauss. Tratava-se de uma magnífica montagem filmada (em cena) em 1960, no Festival de Salzburg, pelo diretor Paul Czinner. A produção contava com nada mais nada menos que:
- Elisabeth Schwarzkpof, soprano (como a Marschallin, por muitos considerada a melhor de todas nesse papel)
- Sena Jurinac, mezzo-soprano (Octavian)
- Anneliese Rothenberger, soprano (Sophie)
- Otto Edelmann, baixo (Baron Ochs)
- a Orquestra Filarmônica de Viena e
- a regência de Herbert von Karajan
Não é preciso dizer muito mais, a não ser que esse video continha os aclamados trio e duetos finais do encerramento da obra.
Pois bem, para minha sorte eu hoje reencontrei o video deste mesmo trecho numa versão remasterizada, que mostra com muito melhor qualidade a imagem e som dessa tão bela produção e que venho aqui dividir com vocês.
Destaco observarem a beleza, a sutil interpretação e a bela voz de Schwarzkopf (então com 45 anos), o trio soberbo, o belo dueto final de Octavian (personagem masculino destinado a uma mezzo-soprano) e Sophie e, nos agradecimentos, Karajan subindo ao palco para agradecer os aplausos e mostrando ainda cabelos escuros.
A filmagem desse trecho final está dividida a seguir em dois videos assim sugiro acompanharem o primeiro até o seu minuto 4:55 e nesse ponto pará-lo e iniciar o segundo video. Desfrutem!
quarta-feira, janeiro 04, 2012
Feliz 2012 com Liszt e Lang Lang!!
Meus caros, celebrando ainda o início de 2012 trago a todos aqui um presente. A execução do jovem mas já muito famoso pianista chinês Lang Lang para uma das mais populares obras de Franz Liszt: o Liebesträum Nº 3 ("Sonho de Amor"), composição de 1850. Esta é uma gravação feita no Carnegie Hall aparentemente em 2008 (infelizmente não consegui confirmar).
Uma bela e emotiva interpretação (a qual já percebi que não é unânime, o que pode ser um bom sinal...). Estejam atentos, Lang Lang deverá tocar este ano aqui em SP conforme a programação da Cultura Artística em 20 e 22 de maio. Aqui vai...
Uma bela e emotiva interpretação (a qual já percebi que não é unânime, o que pode ser um bom sinal...). Estejam atentos, Lang Lang deverá tocar este ano aqui em SP conforme a programação da Cultura Artística em 20 e 22 de maio. Aqui vai...
quarta-feira, dezembro 14, 2011
"This Bitter Earth/On The Nature of Daylight", Max Richter e Dinah Washington
Caros, farei hoje um replay (algo que tinha me proposto a evitar no blog) comentando outra vez sobre a música "This Bitter Earth/On The Nature of Daylight" da trilha do filme "Shutter Island/Ilha do Medo" de Martin Scorcese. Mas creio que neste caso tenho atenuantes excepcionais: a idéia desta mixagem sonora (mash-up) realmente produziu um resultado musical de grande qualidade e, em segundo lugar, por extrema sorte, encontrei na internet a edição de video feita para esta trilha musical pelo espanhol "The Silver Dubber" (codinome de Francisco Javier) que lhe agregou imagens editadas do reflexivo documentário "Baraka" de Ron Fricke (1992). Como escrevi antes aqui (http://magmamusica.blogspot.com/2010/09/mahler-e-scorcese.html) me refiro ao inspirado trabalho da parceria entre Martin Scorcese e Robbie Robertson que conseguiu visualizar o encaixe harmônico, perfeito, entre a música do compositor, arranjador e pianista Max Richter (em "On The Nature Of Daylight") e a voz, só a voz, da grande cantora de jazz, soul e rhythm and blues, Dinah Washington (na sua canção "This Bitter Earth"). O resultado intrigante e belo que dá outra dimensão à música é...
Obs. (28/Jan/2012): Infelizmente o video preparado por Silver Dubber foi retirado do ar e não está mais disponível (coisas da internet). Por esta razão o substituí abaixo por outro belo e despretensioso trabalho de edição de video feito por Raphael Phae com a música "This Bitter Earth/On The Nature of Daylight". Para quem quiser conhecer mais sobre o trabalho do Raphael o link é: http://www.raph.ae/#1
Se quiser comparar com a canção gravada originalmente pela Dinah, confira o video a seguir. Abraços!
Obs. (28/Jan/2012): Infelizmente o video preparado por Silver Dubber foi retirado do ar e não está mais disponível (coisas da internet). Por esta razão o substituí abaixo por outro belo e despretensioso trabalho de edição de video feito por Raphael Phae com a música "This Bitter Earth/On The Nature of Daylight". Para quem quiser conhecer mais sobre o trabalho do Raphael o link é: http://www.raph.ae/#1
Se quiser comparar com a canção gravada originalmente pela Dinah, confira o video a seguir. Abraços!
segunda-feira, dezembro 12, 2011
'Clair de Lune' de Debussy para "Frankie and Johnny"
Meus caros, dia desses passei rapidamente pela Livraria Cultura do Conjunto Nacional, uma das minhas livrarias favoritas aqui em SP. Vinha apressado pois estava entre dois compromissos e além do mais já tinha em mente o livro que procurava. Ao percorrer as estantes atrás do meu objetivo comecei a ouvir uma música longe, suave, com piano e orquestra, vindo de outra seção... Voltei instantaneamente os ouvidos e os olhos para prestar atenção, e decidi procurar o lugar onde ela estava tocando. Vinha da seção de livros, dvds e discos de música clássica, jazz, etc, no último piso da livraria. O que tocava era 'Clair de Lune', belíssima peça de Debussy integrante da sua Suite Bergamasque (de 1890) e uma de suas obras de que mais gosto. Parei, consegui uma poltrona vaga e fiquei apreciando. Me lembrei imediatamente de um filme que usou (e bem) esta música em sua cena final: "Frankie and Johnny", de 1991 com Michelle Pfeiffer e Al Pacino. Um filme sobre pessoas simples cujas vidas se cruzam em Manhattan. É um belo filme e a música na cena final é um achado do diretor (Gary Marshall) que consegue contrastar a sutileza e leveza desta com a objetividade e certa dureza dos personagens num momento de reaproximação...
Não falarei mais aqui para não estragar a oportunidade e o interesse de quem ainda não conhece o filme e queira conferir. Para estes recomendo não clicar no primeiro video abaixo mas sim no segundo que contém a bela execução da The Philadelphia Orchestra sob a regência de Wolfgang Sawallisch em 1999 no Japão.
Para os que já assistiram ao filme e quiserem relembrar, como eu quis, este bonito momento final, sugiro o primeiro video. Em ambos os casos, bons sonhos...
PS de 23/Abr/2013: infelizmente o clip da cena/música final foi retirado e não consegui mais localizar outro igual como fonte... uma pena. No seu lugar adicionei abaixo a versão para violino com o grande David Oistrakh acompanhado ao piano por Frida Bauer (gravação em Paris em 1962) que também apreciei muito.
PS de 23/Abr/2013: infelizmente o clip da cena/música final foi retirado e não consegui mais localizar outro igual como fonte... uma pena. No seu lugar adicionei abaixo a versão para violino com o grande David Oistrakh acompanhado ao piano por Frida Bauer (gravação em Paris em 1962) que também apreciei muito.
quarta-feira, novembro 30, 2011
"O Discurso do Rei" e o Allegretto da 7a. de Beethoven
Meus caros amigos,
Vi finalmente outro dia pela TV a cabo o filme "O Discurso do Rei", bastante premiado na última edição do Oscar (prêmios de melhor filme, ator, diretor e roteiro original). De fato o filme conta com boas atuações de Colin Firth e Geoffrey Rush e não deixa de ser interessante desenvolvendo a trama de forma a preparar o seu momento mais 'dramático': a hora do discurso do rei George VI (Firth) aos seus súditos britânicos, pelo rádio, no início da II Grande Guerra.
Pois bem, este momento do filme conta com uma importante e especial aliada: a música do 2o. movimento (Allegretto) da 7a. Sinfonia de Beethoven, Opus 92. A Sétima foi composta por Beethoven em 1811 e dedicada ao Conde Moritz von Fries. O próprio compositor a descreveu, quando do seu debut, como uma de suas melhores obras até aquele momento. Pressione o link abaixo para desfrutar dessa esplêndida música através da execução da Royal Concertgebouw Orchestra de Amsterdam (uma das melhores orquestras do mundo) sob a regência do maestro Carlos Kleiber - um especialista "artesão" de poucas porém grandes obras. Abraços...
Vi finalmente outro dia pela TV a cabo o filme "O Discurso do Rei", bastante premiado na última edição do Oscar (prêmios de melhor filme, ator, diretor e roteiro original). De fato o filme conta com boas atuações de Colin Firth e Geoffrey Rush e não deixa de ser interessante desenvolvendo a trama de forma a preparar o seu momento mais 'dramático': a hora do discurso do rei George VI (Firth) aos seus súditos britânicos, pelo rádio, no início da II Grande Guerra.
Pois bem, este momento do filme conta com uma importante e especial aliada: a música do 2o. movimento (Allegretto) da 7a. Sinfonia de Beethoven, Opus 92. A Sétima foi composta por Beethoven em 1811 e dedicada ao Conde Moritz von Fries. O próprio compositor a descreveu, quando do seu debut, como uma de suas melhores obras até aquele momento. Pressione o link abaixo para desfrutar dessa esplêndida música através da execução da Royal Concertgebouw Orchestra de Amsterdam (uma das melhores orquestras do mundo) sob a regência do maestro Carlos Kleiber - um especialista "artesão" de poucas porém grandes obras. Abraços...
quinta-feira, novembro 24, 2011
Reflexões ao som de Laurence Juber
"There Are Places I Remember..." Há dias que, ao chegarem ao seu final, nos fazem querer exclusivamente paz, tranqüilidade e silêncio. Paz no fundo de nossos corações. Este é um desses dias. E para embalar isto lembrei de um arranjo absolutamente límpido do violonista Laurence Juber para a música "In My Life" de Lennon e McCartney. Juber, aqui acompanhado exclusivamente do seu violão de cordas de aço, é um ótimo violonista de formação clássica que tocou na memorável banda "Wings" de Paul e Linda McCartney. Esta versão mais reflexiva que a original é do seu album solo "LJ Plays the Beatles" de 2000. Uma boa viagem...
terça-feira, novembro 08, 2011
A Arte em "Melancholia"
Caros,
Já há algum tempo assisti e desde então tenho recomendado muito a amigos (que ainda não assistiram) para não perderem o filme "Melancholia" do diretor Lars Von Trier e com os atores Kirsten Dunst, Charlotte Gainsburg e Kiefer Sutherland. Denso, incômodo, provocativo... há vários adjetivos para descrevê-lo. Mas sem dúvida genial. A despeito das besteiras ditas pelo diretor no último festival de Cannes, fato que o alijou da disputa e o tornou persona non grata no festival, o filme é uma obra de arte impressionante.
Tive a sorte de encontrar na internet e poder colocar aqui a sequência da abertura do filme que é, na minha opinião, antológica. As imagens são verdadeiras pinturas. Os movimentos bem lentos, quase fotográficos, tornam mais graves as expressões dos atores. Tudo isto com a presença de uma grande personagem: a música magistral de Richard Wagner no seu Prelúdio para o 1o. Ato de "Tristão e Isolda". Aliás, esta obra musical merecerá oportunamente um post só seu.
Sem mais palavras, não perca o aperitivo abaixo, expanda a imagem da telinha para acompanhar e depois procure assistir ao filme no cinema ou em tela grande. Certamente ficará vários dias em sua memória.
segunda-feira, outubro 31, 2011
Protesto de Ricardo Muti com o "Va Pensiero" de Verdi
Meus queridos, hoje usarei o meu post para dividir com vocês um momento de bela e inspiradora música... usada como instrumento de protesto. Talvez já tenham visto ou lido a respeito pois o fato ocorreu no início deste ano. De toda forma, trago hoje um trecho da transmissão da RAI da comemoração dos 150 anos da criação da Itália na noite de 12/Mar/11, no Teatro de l'Opera de Roma. Encenava-se a ópera Nabucco de Verdi, um símbolo da unificação do país, com a regência do importante maestro Ricardo Muti. Comentou-se que estava presente ao teatro (informação que não consegui confirmar) o polêmico primeiro ministro Sylvio Berlusconi cujo governo dias antes tinha anunciado amplos cortes no orçamento da pasta da cultura, fato que gerou muitos protestos na imprensa e na população. Antes da apresentação ter início o prefeito de Roma, Gianni Alemanno, fez um discurso protestando contra as medidas (cortes), o que trouxe eletricidade e tensão à casa. Conforme informou depois à imprensa Muti notou uma grande ansiedade no público quando teve início o "Va Pensiero", o canto dos escravos hebreus. A emoção do público foi escalando a partir do momento em que o côro entoou os versos "...ó minha pátria, tão bela e perdida..." e, ao final, explodiu em aplausos e gritos de "Bis", "Viva Itália", "Viva Verdi".
A partir daí começa o video abaixo. As faces solenes dos cantores, os aplausos e apupos, até que se houve um grito destacado de "longa vida à Itália". Neste momento o maestro Muti encara a platéia e toma a palavra com o seguinte discurso (numa tradução livre):
"Sim, longa vida à Itália mas ... [aplausos]. Não tenho mais 30 anos e já vivi a minha vida, mas como um italiano que percorreu o mundo, tenho vergonha do que se passa no meu país. Portanto aquieço a vosso pedido de bis para o 'Va Pensiero'. Isto não se deve apenas à alegria patriótica que senti em todos, mas porque nesta noite, enquanto eu dirigia o coro que cantava 'ó minha pátria, tão bela e perdida' eu pensava que se continuarmos assim mataremos a cultura sobre a qual se assenta a história da Itália. Neste caso, nós, a nossa pátria será verdadeiramente 'bela e perdida'. [aplausos emocionados, incluindo os cantores do espetáculo]
Reina aqui um clima itálico; eu, Muti me calei por longos anos. Gostaria agora... nós deveriamos dar sentido a este canto; como estamos em nossa casa, no teatro da capital, e com um côro que cantou magnificamente, e que foi magnificamente acompanhado pela orquestra, se for do vosso agrado, proponho que todos se juntem a nós para cantarmos juntos."
E assim Muti concedeu o bis com o coral e o público cantando o "côro dos escravos". Toda a ópera se levantou. Ao final muitos aplausos e choro incontido. Sem dúvida foi um momento emocionante, belo e de coragem. Uma mensagem direta de insatisfação para com a classe política dirigente daquele país. Um exemplo bonito e inspirador...
Reina aqui um clima itálico; eu, Muti me calei por longos anos. Gostaria agora... nós deveriamos dar sentido a este canto; como estamos em nossa casa, no teatro da capital, e com um côro que cantou magnificamente, e que foi magnificamente acompanhado pela orquestra, se for do vosso agrado, proponho que todos se juntem a nós para cantarmos juntos."
E assim Muti concedeu o bis com o coral e o público cantando o "côro dos escravos". Toda a ópera se levantou. Ao final muitos aplausos e choro incontido. Sem dúvida foi um momento emocionante, belo e de coragem. Uma mensagem direta de insatisfação para com a classe política dirigente daquele país. Um exemplo bonito e inspirador...
sexta-feira, outubro 28, 2011
Sassy... a divina Sarah Vaughan
Meus caros, hoje faço homenagem a uma graaande voz que passou por este planeta, nos deixou em 1990, mas ainda hoje consegue me fazer calar em absoluta admiração. Como ontem à noite quando pela enésima vez tive vontade de escutar algo cantado por ela, a divina Sarah Vaughan, e procurei na internet um link para ouvi-la. Rapidamente me deparei com um lista enorme de alternativas no YouTube. Considerando minha vontade de relaxar do stress de um dia longo escolhi um standard simples, alegre, e já muito bem gravado (Sinatra, Nat King Cole, Mel Tormé, Dinah Washington, entre outros) e que eu já tinha admirado antes na interpretação dela: "Fly Me To The Moon" (composição de Bart Howard). Bom, se puder acionar o link abaixo enquanto termina de ler este post certamente você entenderá o que digo... É simplesmente incrível, admirável mesmo, o que Sarah consegue realizar com uma música aparentemente descompromissada e despretensiosa como esta. Escute até o final para saborear como as suas modulações sofisticadas, sua incrível versatilidade, seus graves aveludados e seus agudos hora delicados, hora potentes, simplesmente... existem. Um dia conversando com o meu caro amigo Renzo Mora, também admirador dos standards americanos, falávamos da onda de jovens cantoras de jazz (mais pop jazz que qualquer outra coisa) que vinha surgindo nos últimos anos. Falávamos como uma ou outra cantora, aqui e ali, mostrava talento e prometia, etc. Mas ao lembrarmos do grande triunvirato feminino do vocal jazz (Sarah, Ella e Billie) acabamos, como sempre, chegando à conclusão de que ainda está para aparecer quem possa se juntar a esse clube. Em tempo, esta gravação é do disco "Sassy Swings at the Tivoli", gravado ao vivo na Dinamarca em 1963. Aprecie sem moderação.
quarta-feira, outubro 05, 2011
A 8a de Mahler com a OSESP
Caros, ontem na Sala São Paulo assisti à impressionante execução da 8a Sinfonia de Mahler (a "dos mil" integrantes) pela OSESP sob a regência do maestro russo Gennady Rozhdestvensky, apoiada por três corais e por cantores solistas. Nesta rara oportunidade eram mais de 400 pessoas no palco. Aparentemente, conforme a palestra ocorrida antes do espetáculo, fazia mais de 30 anos desde a última execução aqui em São Paulo desta obra grandiosa, difícil, que parece querer alcançar aos céus em vários momentos. Nela há momentos absolutamente sublimes. Melhor do que dizer é poder oferecer aqui, especialmente a quem não pôde comparecer ao belo espetáculo de ontem, uma amostra desses momentos celestiais. Fiquem com o "Chorus Mysticus" que encerra a sinfonia de maneira magistral. Neste video a obra está sob a batuta de Simon Rattle com a National Youth Orchestra of Great Britain, coros e solistas em audição de 2002 no Royal Albert Hall, Londres.
sexta-feira, setembro 30, 2011
Belíssimo "Liebestod" de Waltraud Meier
Meus queridos, aproveitando para usar mais a facilidade do video por aqui posto uma inspiração para os corações românticos (ou não): a belíssima interpretação do Liebestod (Morte de Amor), aria final de 'Tristão e Isolda' de Richard Wagner. Em close, mostrando toda a sua técnica de canto com incrível expressividade, Waltraud Meier está estupenda. Gravado ao vivo na Bayerische Staatsoper München (1999), foi uma produção de Peter Konwitschny sob a regência do maestro Zubin Mehta. Vale todos os seus 9:28 minutos. Bom final de semana!
quinta-feira, setembro 29, 2011
Escuta Só! Aziza Mustafa Zadeh e Bobby McFerrin
A dica que trago desta vez estréia a modalidade video deste blog tão bissexto. Trata-se de um momento de rara beleza e sutileza vocal: o duo do polivalente musicista Bobby McFerrin com a belíssima surpresa vinda do Azerbaijão, Aziza Mustafa Zadeh (cantora, compositora e pianista de jazz). Vejam e escutem como ficou a "Habanera" da ópera Carmen de Bizet. O encontro aconteceu em 2002 na International Jazz Week de Burghausen. Bravo!!!
terça-feira, julho 26, 2011
Rat Pack com Renzo Mora
Caros amigos do Magma,
Hoje o post é sobre um livro que trata de música. Não só música... humor, coolness, arte, ironia e as situações hilárias, impagáveis (e outras tantas tristes e desoladoras) que compõem o período que aglutinou o talento e a genialidade dos senhores Frank Sinatra, Sammy Davis Jr e Dean Martin. Sim, eu me refiro ao Rat Pack. Eu falo do livro 'Três Homens e Nenhum Segredo' de Renzo Mora, livro delicioso que já me dá pena de estar terminando. Renzo Mora é um dos maiores senão o maior sinatrólogo que conheço (é autor do também excelente livro "Sinatra - O Homem e a Música", já incensado aqui em outro post). O lançamento oficial aqui em São Paulo ocorrerá nesta quinta feira dia 28/Jul/2011 no Teatro Santo Agostinho (R. Apeninos, 118 - próximo à estação Vergueiro do metrô) onde o autor comparecerá para autógrafos. Abaixo o link do teatro e o endereço do irreverente blog de Renzo Mora. Não percam!! Como aperitivo
http://www.teatrosantoagostinho.com.br
Hoje o post é sobre um livro que trata de música. Não só música... humor, coolness, arte, ironia e as situações hilárias, impagáveis (e outras tantas tristes e desoladoras) que compõem o período que aglutinou o talento e a genialidade dos senhores Frank Sinatra, Sammy Davis Jr e Dean Martin. Sim, eu me refiro ao Rat Pack. Eu falo do livro 'Três Homens e Nenhum Segredo' de Renzo Mora, livro delicioso que já me dá pena de estar terminando. Renzo Mora é um dos maiores senão o maior sinatrólogo que conheço (é autor do também excelente livro "Sinatra - O Homem e a Música", já incensado aqui em outro post). O lançamento oficial aqui em São Paulo ocorrerá nesta quinta feira dia 28/Jul/2011 no Teatro Santo Agostinho (R. Apeninos, 118 - próximo à estação Vergueiro do metrô) onde o autor comparecerá para autógrafos. Abaixo o link do teatro e o endereço do irreverente blog de Renzo Mora. Não percam!! Como aperitivo
http://www.teatrosantoagostinho.com.br
http://renzomora.wordpress.com/
Como aperitivo um pouco do Rat Pack em ação cantando "The Birth of the Blues" no Kiel Opera House de Saint Louis em 20/Jun/1965 (com Sinatra, Dean Martin, Sammy e o convidado Johnny Carson). Detalhe: a orquestra é de Count Basie e Quincy Jones. Tente não rir...
sexta-feira, julho 01, 2011
Änïmä/Alma de Milton Nascimento
Há quinze dias fui com a Mônica, minha mulher, ao Via Funchal assistir ao esperado show do Milton Nascimento "...e a gente sonhando" aqui em SP. O show, assim como o disco (que eu comentei em post anterior), foi um banho de emoção, sensibilidade e inspirada beleza. As belas canções do novo disco junto com uma série de seus inúmeros clássicos compôs uma noite rara. Milton segue sendo uma das maiores vozes que este país já produziu. Dentre tantas pérolas cantadas uma que eu não estava esperando me maravilhou: Anima (do album de mesmo nome de 1982). Cercado pelo coro dos jovens cantores/as de Três Pontas Milton cantou esta bela canção num arranjo diferente do original (sem os instrumentos do Uakti) mas com um resultado ainda mais emocional, tocando a 'alma' de todos ali presentes. Jogo de vozes celestial.
Ao final ainda tivemos o grande prazer de poder cumprimentar Bituca nos camarins (minha mulher o conhece já há alguns anos). Com sua simplicidade e simpatia tímida nos recebeu com carinho.
Foi uma grande noite. Para quem não teve chance de comparecer vale o alerta para acompanhar o possível retorno do show. Um show só, para São Paulo, é muito pouco.
A Elis disse uma vez, com muita sabedoria, que se Deus cantasse seria com a voz do Milton. Eu não tenho dúvidas disso.
Para aguçar a lembrança de todos segue video com Anima (José Renato / Milton Nascimento):
Para informações sobre Milton acesse o site www.miltonnascimento.com.br
sábado, abril 09, 2011
Improvisações de Keith Jarrett (SP, 06/Abr/11)
Caríssimos,
Estive lá. Pude presenciar uma noite de rara criatividade, técnica apuradíssima, sensibilidade e "fusão entre pianista e piano" (parafraseando Roberto Nascimento em sua matéria no Estadão, 08/04/11, no link abaixo). Foi absolutamente brilhante. Improvisação do mais alto nível, passando pelo erudito, blues, jazz...e guiando o espírito alto da maioria ali presente. Tão marcante que ainda fico saboreando e viajando na grandiosidade da performance que presenciei.
Única nota lamentável: os poucos desqualificados desrespeitosos que, apesar de todos os avisos por escrito e de viva voz, insistiram nos flashes e conseguiram abreviar o bis. Pena.
De toda forma foi inesquecível.
segunda-feira, fevereiro 28, 2011
Keith Jarrett na Sala São Paulo!
Meus caros, no ultimo final de semana li no jornal que Keith Jarrett, um dos maiores pianistas da história do jazz, irá se apresentar na Sala São Paulo no dia 06/04. Será uma apresentação solo e os ingressos já começaram a ser vendidos (custam de R$ 200 a R$ 400).
Jarrett dispensa apresentações. Como breve lembrança de seu vasto curriculum basta dizer que nasceu em 1945 em Allentown, Pennsylvania (E.U.A.), lançou seu primeiro álbum em 1967 ("Life Between the Exit Signs") e logo depois começou a chamar atenção no cenário do jazz pelo seu virtuosismo. Tocou com lendas como Miles Davis e Art Blakey. Assinou com o prestigioso sêlo ECM e sempre teve total liberdade para explorar os caminhos que quis no jazz moderno, voltar aos grandes standards e mesmo, vez por outra, ousar na música erudita. Já falei bastante dele em posts anteriores por isso vou indicar, sem maiores delongas, a última coisa que tenho ouvido (bastante) dele: o disco “Dmitri Shostakovich. 24 Preludes and Fugues Op. 87” com um ciclo de obras para piano de Shostakovich que é verdadeiramente uma obra prima. O registro é, numa palavra, espetacular e o seu Prelúdio e Fuga No. 4, Op. 87, em E menor, é um dos meus favoritos:
(Obs: Retirei o link para o No. 4 por ter sido desautorizado pelo autor da postagem no YouTube, pena).
Não perca a chance, se puder, de presenciar in loco sua arte genial. É um dos grandes pianistas (vivos) do nosso tempo..
quinta-feira, dezembro 16, 2010
Jóias do Brasil: "...E A Gente Sonhando" de Milton e "Lado B" de Yamandú e Dominguinhos
Em meio à correria desenfreada de final de ano e à falta de tempo para o que realmente nos move eu me dei dois "presentes-bálsamos" que reparto aqui com vocês: o novo trabalho do Milton Nascimento, gravado com uma moçada nova e brilhante da região de Três Pontas, e o segundo duo gravado por Yamandú Costa e Dominguinhos.
"...E A Gente Sonhando" é mais um trabalho de grande inspiração e beleza do Milton como já se poderia esperar. Conta com belíssimas canções de ontem (a canção-título, composta já algum tempo e que ele ainda não tinha gravado, e "Me Faz Bem", gravada por Gal) e de hoje (como as pérolas negras "Gotas de Primavera" e "Eu Pescador") entre outras. Sua voz segue radiante, os músicos são de primeira e os arranjos são dele próprio, de Elizeo e de Wagner Tiso (que toca piano em várias das faixas). O album é um must have.
Veja/ouça neste link um trecho de "Me Faz bem"(Fernando Brant\Milton Nascimento):
E "Lado B" é mais uma tocante parceria do virtuoso Yamandú Costa com o clássico, mas ainda surpreendente, Dominguinhos. Juntos percorrem expoentes do cancioneiro brasileiro (de várias regiões e épocas) com arranjos de perfeito encaixe entre o violão de 6 (e 7) cordas e o acordeon. Solos brejeiros, bonitos e na medida (um e outro, sem exageros). Indico as versões de "Pau de Arara", "Da Cor do Pecado" e "Chorando em Passo Fundo". Outro belo trabalho.
"Pina" de Win Wenders em 2011!!
Para os inúmeros admiradores da dança-teatro da saudosa Pina Bausch vai aqui um aviso valioso: preparem-se para o documentário "Pina" de Win Wenders em 2011!!
Sem palavras...só veja o trailer:
Sensacional!
(Agradeço aqui à dica da Mônica Monteiro e da Paloma Bianchi)
terça-feira, outubro 26, 2010
Mahler: Celebrando 150 anos com "Ich bin der Welt abhanden gekommen"
2010 celebra 150 anos do nascimento de Gustav Mahler. E eu não poderia deixar de registrar aqui uma pequena homenagem a este compositor tão impactante e importante para a música sinfônica e para o lieder. Mahler muito tem me inspirado nestes últimos anos, desde que o descobri com maior cuidado. "Perdi-me para o mundo", é a tradução livre deste seu especial lieder (canção lírica), "Ich bin der Welt abhanden gekommen", que integra o conjunto chamado Rückert-Lieder. São canções para voz (masculina ou feminina) e piano (ou orchestra) compostas por ele entre 1901-1902 sobre versos do poeta Friedrich Rückert. Este lieder, "Ich bin der Welt abhanden gekommen", é uma das suas mais belas composições nesta modalidade. Há várias gravações disponíveis com respeitados cantores (Fischer-Diskau, Hampson) e cantoras (Kathleen Ferrier, Christa Ludwig, Magdalena Kozena, Marjana Lipovsek).
A versão que parece ser a mais cultuada (com pesados defensores como Alex Ross, crítico de música da The New Yorker: http://www.therestisnoise.com/2009/06/a-mahler-list.html ), é a que se apoia na bela voz da mezzo-soprano Janet Baker, acompanhada pela batuta de John Barbirolli à frente da New Philharmonia Orchestra (gravação de 1969). Destaco o comentário do guitarrista Robert Fripp que chamou este album, "Janet Baker sings Mahler", como "music of God's tears" ("música das lágrimas de Deus"). Poderia mesmo ser... Eu, no entanto, gostaria de apresentar aqui uma nova versão que descobri - há pouco - desta canção e que me encantou muito. A ponto de ouví-la quase todos os dias há duas semanas. Sente-se confortavelmente no sofá e acione o link abaixo para conhecer/tornar a ouvir, enfim, se emocionar com este lieder na belíssima interpretação da mezzo-soprano sueca Anne Sophie von Otter (album: "Mahler & Zemlinsky: Lieder" com John Elliot Gardiner à frente da NDR Sinfonieorchester):
É um album altamente recomendável a todo 'malehriano'. Abraços!
PS: Sobre Mahler e as merecidas comemorações de seu aniversário há um ótimo site, da editora “Universal Edition”, inteiramente dedicado ao compositor que traz entrevistas (em video) com vários dos maiores maestros da atualidade (Boulez, Barenboim, Chailly, Maazel, Mehta, Dudamel, etc) e também comentários sobre as execuções da antológica obra deste compositor que estão programadas ao redor do mundo. O link do site é:
http://mahler.universaledition.com/.
A versão que parece ser a mais cultuada (com pesados defensores como Alex Ross, crítico de música da The New Yorker: http://www.therestisnoise.com/2009/06/a-mahler-list.html ), é a que se apoia na bela voz da mezzo-soprano Janet Baker, acompanhada pela batuta de John Barbirolli à frente da New Philharmonia Orchestra (gravação de 1969). Destaco o comentário do guitarrista Robert Fripp que chamou este album, "Janet Baker sings Mahler", como "music of God's tears" ("música das lágrimas de Deus"). Poderia mesmo ser... Eu, no entanto, gostaria de apresentar aqui uma nova versão que descobri - há pouco - desta canção e que me encantou muito. A ponto de ouví-la quase todos os dias há duas semanas. Sente-se confortavelmente no sofá e acione o link abaixo para conhecer/tornar a ouvir, enfim, se emocionar com este lieder na belíssima interpretação da mezzo-soprano sueca Anne Sophie von Otter (album: "Mahler & Zemlinsky: Lieder" com John Elliot Gardiner à frente da NDR Sinfonieorchester):
É um album altamente recomendável a todo 'malehriano'. Abraços!
PS: Sobre Mahler e as merecidas comemorações de seu aniversário há um ótimo site, da editora “Universal Edition”, inteiramente dedicado ao compositor que traz entrevistas (em video) com vários dos maiores maestros da atualidade (Boulez, Barenboim, Chailly, Maazel, Mehta, Dudamel, etc) e também comentários sobre as execuções da antológica obra deste compositor que estão programadas ao redor do mundo. O link do site é:
http://mahler.universaledition.com/.
quinta-feira, outubro 07, 2010
Duas Vozes Brasileiras
Vira e mexe ouço por aí duas vozes brasileiras que, sem fazer força, tem se destacado e captado minha atenção com sua música pop onde quer que eu as ouça. Isto em meio a uma onda grande de novas cantoras e interpretes que tem surgido nestes últimos anos. Há para todos os gostos e também, até, uma repetição de fórmulas, estilos e maneirismos que chega a cansar. Mas há as boas opções (não as chamo de surpresas pois já não as são) que misturam mpb, pop, samba, música eletrônica, rock, etc, com qualidade. Se diferenciam.
A primeira voz a destacar é Céu, um talento que vem se lapidando mais e mais a cada dia e que já tem tido grande repercussão no exterior (hoje é uma de nossas jovens cantoras mais conhecidas lá fora). Tem feito uma música interessante, urbana, atual e cheia de personalidade mas que não perde as raízes. Enfim, que promete muito mais. Ouçam "Sonhando", que ela canta na trilha do filme 'Não Por Acaso', e "Sonâmbulo" do album 'Vagarosa' para confirmar o que digo.
A outra voz é Vanessa da Matta. Esta é brejeira, mais suave, doce, pop, mas também bem brasileira. Grande valor que também segue crescendo e amadurecendo. Sua música nos pega forte em baladas bonitas como "Música" e "Ainda Bem" do seu album 'Essa Boneca Tem Manual', que vendeu muito bem ganhando disco de platina.
Não deixem de ouvir a ambas cantoras abaixo (ps: não consegui exatamente os videos que desejava mas, lembrem-se, o que vale é a música). Abraços.
Vanessa da Matta: "Música"
http://www.youtube.com/watch?v=ykcaUinxG3k&feature=related
A primeira voz a destacar é Céu, um talento que vem se lapidando mais e mais a cada dia e que já tem tido grande repercussão no exterior (hoje é uma de nossas jovens cantoras mais conhecidas lá fora). Tem feito uma música interessante, urbana, atual e cheia de personalidade mas que não perde as raízes. Enfim, que promete muito mais. Ouçam "Sonhando", que ela canta na trilha do filme 'Não Por Acaso', e "Sonâmbulo" do album 'Vagarosa' para confirmar o que digo.
A outra voz é Vanessa da Matta. Esta é brejeira, mais suave, doce, pop, mas também bem brasileira. Grande valor que também segue crescendo e amadurecendo. Sua música nos pega forte em baladas bonitas como "Música" e "Ainda Bem" do seu album 'Essa Boneca Tem Manual', que vendeu muito bem ganhando disco de platina.
Não deixem de ouvir a ambas cantoras abaixo (ps: não consegui exatamente os videos que desejava mas, lembrem-se, o que vale é a música). Abraços.
Céu: "Sonhando"
Céu: "Sonâmbulo"Vanessa da Matta: "Música"
http://www.youtube.com/watch?v=ykcaUinxG3k&feature=related
Vanessa da Matta: "Ainda Bem"
sábado, outubro 02, 2010
Silêncio...e André Mehmari
Ruídos, vozes distantes, conversas, buzinas, motores, toques de celulares, sons difusos de música ruim...
Finalmente silêncio. O interior dos nossos carros às vezes tem o poder de funcionar como cápsulas de isolamento do externo.
Silêncio...e num simples toque vem o piano inspirado, suave, belíssimo de André Mehmari.
Há tempos falo a amigos do grande prazer que é ouvir e expandir o conhecimento sobre o trabalho, parcerias, execuções e composições desde jovem e brilhante pianista brasileiro.
Mônica Ramalho e Helena Aragão no seu blog Overmundo observaram muito bem (http://www.overmundo.com.br/overblog/andre-mehmari-o-menino-do-dedo-verde). André parece mesmo uma espécie de menino do dedo verde, o Tistu de Maurice Druon, às avessas, que tudo o que toca vira uma flor rara... em forma de música.
Muito melhor do que falar proponho a apresentação, a quem ainda não o conhece, através do link abaixo que o/a levará para o site do André Mehmari e para uma versão encantadora da clássica "San Vicente" de Milton Nascimento. Basta clicar no título da música para ouvir.
Recomendo a exploração do seu site (e se gostar da versão da música que indiquei aqui, baixe gratuitamente conforme disponibilizado lá). Lá você conhecerá a arte, história, prêmios, parceiros, discos do André Mehmari. Ele é um dos melhores músicos que surgiram no Brasil em muitos anos.
http://www.andremehmari.com.br/new/paginas/frameset%20audio.html
Finalmente silêncio. O interior dos nossos carros às vezes tem o poder de funcionar como cápsulas de isolamento do externo.
Silêncio...e num simples toque vem o piano inspirado, suave, belíssimo de André Mehmari.
Há tempos falo a amigos do grande prazer que é ouvir e expandir o conhecimento sobre o trabalho, parcerias, execuções e composições desde jovem e brilhante pianista brasileiro.
Mônica Ramalho e Helena Aragão no seu blog Overmundo observaram muito bem (http://www.overmundo.com.br/overblog/andre-mehmari-o-menino-do-dedo-verde). André parece mesmo uma espécie de menino do dedo verde, o Tistu de Maurice Druon, às avessas, que tudo o que toca vira uma flor rara... em forma de música.
Muito melhor do que falar proponho a apresentação, a quem ainda não o conhece, através do link abaixo que o/a levará para o site do André Mehmari e para uma versão encantadora da clássica "San Vicente" de Milton Nascimento. Basta clicar no título da música para ouvir.
Recomendo a exploração do seu site (e se gostar da versão da música que indiquei aqui, baixe gratuitamente conforme disponibilizado lá). Lá você conhecerá a arte, história, prêmios, parceiros, discos do André Mehmari. Ele é um dos melhores músicos que surgiram no Brasil em muitos anos.
http://www.andremehmari.com.br/new/paginas/frameset%20audio.html
sábado, setembro 18, 2010
El bandoneón de Dino Saluzzi
A música e a alma por trás da música. Navegando outro dia pela internet me deparei com um álbum da ECM Records (selo ícone dos ‘jazz aficionados’) que capturou imediatamente minha atenção. O som era uma combinação elegante entre um bandoneón suave, sublime, e um cello sofisticado, muito aveludado. Era a música “Tango a mi padre” do álbum “Ojos Negros” de Dino Saluzzi e Anja Lechner. Ele o bandoneón, ela o cello. A partir daí conheci Timoteo “Dino” Saluzzi, um dos mais destacados bandoneonistas argentinos da atualidade. Como o maior de todos, Piazzolla, Dino começou cedo com o instrumento mas logo passou a experimentar caminhos fora das ‘estradas tradicionais’ do tango. Enveredou pela avant-guarde musique, assinou com a ECM e tocou com vários jazzistas (Gato Barbieri, Charlie Haden, Palle Danielsson, Al Di Meola entre outros). Em 1998 iniciou uma colaboração livre com o Rosamunde Quartet, quarteto alemão de cordas "clássicas" e modernas, que originou concertos e álbuns (Kultrum) e depois uma parceria, um espetacular entendimento, com o cello do quarteto. Era Anja Lechner. Daí veio o duo, depois o álbum “Ojos Negros” e turnês pelo mundo. O disco, vale lembrar, foi considerado uma obra-prima pela prestigiosa “Downbeat” e recebeu título de álbum do ano em 2007. Destaco abaixo para seu proveito um video com o som (e imagens) um trecho da música "Tango a mi Padre", desse album, numa apresentação ao vivo de Dino e Anja em Zurich em 23/Out/2007.
terça-feira, setembro 14, 2010
Mahler e Scorcese
Recomendo, a quem ainda não assistiu, procurar ver o último filme do Martin Scorcese: “Ilha do Medo”, Shutter Island. É um ótimo thriller psicológico de alta tensão (e combustão) que poderá causar algum incômodo, como me causou, além de apresentar boas atuações de DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley e até uma soturna aparição de Max von Sidow. Mas não expandirei aqui meus comentários sobre o filme que, como disse, vale a pena. Quero falar sim da música. A Música. A seleção que compõe a trilha sonora é um caleidoscópio de obras clássicas de autores “contemporâneos”: Ligeti, Penderecki, Cage, Richter, entre outros. A seleção é um ótimo trabalho do músico/produtor Robbie Robertson, parceiro de longa estrada de Scorcese. Funciona extremamente bem. Nessa trilha o meu destaque vai para um quarteto para piano e cordas que vai crescendo desde o fundo de uma cena para se tornar tão importante quanto os próprios personagens envolvidos naquele momento. Beleza, sutileza e melancolia estão lá e o nome do compositor, para que não paire dúvida, é pronunciado em cena por DiCaprio: Mahler. É o seu belo "Quarteto para Piano e Cordas em Lá menor", composto em 1876 quando Mahler ainda não tinha completado 20 anos de idade. Abaixo os links para o quarteto:
Parte 1: Quarteto para Piano e Cordas em Lá menor de Mahler (com o Prazak Quartet):
Parte 2: idem
O segundo destaque, também desta trilha, é a brilhante combinação (mix) feita com o vocal da canção “This bitter earth”, de Dinah Washington, e o arranjo de cordas da peça “On the nature of daylight” de Max Richter. Ficou belíssimo. Na verdade ficou até melhor do que as duas versões originais de ambas (a da Dinah e a da peça/arranjo de cordas de Max Richter). Abaixo segue o video para que possam avaliar o 'belo' no que eu digo. Espero que apreciem!
"This bitter earth/On the nature of daylight" com Dinah Washington / Max Richter:
terça-feira, março 09, 2010
"Elis & Tom", o clássico eterno
Difícil comentar algo que já não tenha sido dito sobre a grandeza e o refinamento musical do album "Elis e Tom", de 1974. É um marco. As composições de Jobim arranjadas por César Camargo Mariano e cantadas por Elis Regina (com Tom ao piano) propiciaram um dos maiores trabalhos/registros da música brasileira. A qualidade, a sensibilidade e o acerto das músicas, arranjos e interpretações (instrumentais e vocais) reunidas neste trabalho tornaram o resultado um monumento de inspiração única. Se fosse possível o alcance da perfeição diria que este trabalho chegou lá com direito ao alinhamento de todos os planetas, estrelas, etc.
Os participantes desse histórico album: Elis Regina (vocais praticamente ao vivo em todas as canções), Tom Jobim (piano acústico em algumas faixas, violão em "Chovendo na Roseira"), Cesar Camargo Mariano (arranjos, piano elétrico e eventualmente piano acústico), Hélio Delmiro (guitarra), Luizão Maia (baixo), Paulo Braga (bateria), Oscar Castro Neves (violão), Chico Batera (percussão) e quinteto de cordas regido pelo maestro Bill Hitchcock (em cinco faixas).
Ouço neste momento "Inútil Paisagem". O piano de fundo apoiando o lamento sutil, as modulações e o tempo do canto de Elis...se eu fosse para uma ilha e pudesse levar só 5 discos este seria um deles, sem dúvida. Palmas de pé e Bravo!!/Brava!!
PS: para mais sobre este clássico álbum indico a página dedicada pela Trama em seu portal e as considerações do Marcelo Fróes no "sobre" pelo link abaixo:
Os participantes desse histórico album: Elis Regina (vocais praticamente ao vivo em todas as canções), Tom Jobim (piano acústico em algumas faixas, violão em "Chovendo na Roseira"), Cesar Camargo Mariano (arranjos, piano elétrico e eventualmente piano acústico), Hélio Delmiro (guitarra), Luizão Maia (baixo), Paulo Braga (bateria), Oscar Castro Neves (violão), Chico Batera (percussão) e quinteto de cordas regido pelo maestro Bill Hitchcock (em cinco faixas).
Ouço neste momento "Inútil Paisagem". O piano de fundo apoiando o lamento sutil, as modulações e o tempo do canto de Elis...se eu fosse para uma ilha e pudesse levar só 5 discos este seria um deles, sem dúvida. Palmas de pé e Bravo!!/Brava!!
PS: para mais sobre este clássico álbum indico a página dedicada pela Trama em seu portal e as considerações do Marcelo Fróes no "sobre" pelo link abaixo:
quarta-feira, março 03, 2010
Saudades do Brasil
Saudades do canto, da música, do som, do coração do Brasil.
Hoje revisitei canções que há tempos me emocionaram e que creio que todos sabemos de cor. Nesta visita ao passado acabei por encontrar algumas imagens realmente encantadoras (no melhor sentido da palavra) de alguns dos maiores talentos 'estelares' da nossa música. Mais do que falar, hoje, prefiro provocar os sentidos com a música e as imagens que estão nestes links abaixo. Boa viagem ao Brasil...
Milton Nascimento com Wayne Shorter no Festival de Jazz de Montreal (1986)
San Vicente:
http://www.youtube.com/watch?v=H0BLHm7uyO0
Elis Regina e Hermeto Pascoal no Montreux Jazz Festival (1979)
Corcovado:
Elis Regina em gravação do show “Falso Brilhante” para o Fantástico (1976)
Como Nossos Pais:
segunda-feira, novembro 23, 2009
O Solista e a Elegia
Dois filmes que vi nos últimos tempos me trouxeram grande prazer, especialmente pelas escolhas de suas trilhas sonoras: "O Solista" de Joe Wright com Jamie Foxx e Robert Downey Jr e "Fatal" (Elegy) de Isabel Coixet com Ben Kingsley e Penelope Cruz.
Vamos começar pelo último: Elegy (prefiro já que o título em português não traduz a trama) foi um filme que vi pela TV a cabo. Baseia-se no interessante livro "The Dying Animal" de Philip Roth, escritor que admiro e que tanto quanto o israelense Amos Oz vem merecendo o seu Nobel de Literatura. A trama conta a paixão e os problemas entre o scholar Ben Kingsley e sua aluna Penelope Cruz, bem mais jovem. Destaque-se aqui que este é um dos filmes que melhor soube fotografar a beleza de Penelope, bonita como nunca (nem mesmo com Almodovar). Os momentos mais especiais da narração tem a belíssima peça para piano de Satie "Gnossienne No.3" como fundo. Para quem quiser conferir uma espetacular execução desta, recomendo a gravação de Anne Queffélec do album "Satie - Ravel: Piano Works".
O outro bonito filme é "O Solista". Tanto Jamie Foxx quanto Robert Downey Jr estão muito bem neste trabalho. Há uma cena em especial, o momento em que o homeless Jamie recebe sem esperar a doação de um cello por intermédio de Downey Jr. Faz-se então um momento de rara devoção à música do qual ambos participam, um tocando o cello e o outro ouvindo concentrado. Belíssimo.
E o que torma este momento ainda mais tocante é a música de fundo escolhida: o Quarteto para Cordas No.15 de Beethoven, Opus 132, Molto adagio (A convalescent's hymn of thanksgiving in the Lydian mode).
Uma obra de magistral delicadeza e beleza do final da vida deste grande compositor. Caso se interesse recomendo duas execuções desta obra que valem muito a pena: com o Alban Berg Quartett e com o Quartetto Italiano. Não percam os filmes e não deixem de prestar atenção à música.
10/12/2009 (23h22): Resposta ao Felipe Werner:
Revi o trailer do filme e a música é a Suite para Cello No. 1 de J.S. Bach. É muito bonita assim como a outra a que me referi neste post (o Quarteto de Beethoven) e que vc certamente prestará atenção no filme. Toca no momento em que Ayers recebe o violoncello de presente e começa a tocar...Divirta-se!
Manuel Blesa.
17/12/2009 (23h19): Resposta ao brenover: A música do final do Trailer do 'O Solista' me parece ser uma seleção de trechos da Sinfonia Nº 3 de Beethoven, Op. 55, conhecida como "Eróica". No filme são usados trechos de alguns quartetos de cordas de Beethoven também, em especial o de Nº 15, Opus 132 que eu já comentei acima no post. Abaixo uma relação de obras apontadas como tendo trechos tocados no filme:
· Bach 1st Cello Suite, Mvmt. 1 by Ben Hong
· Beethoven Symphony No. 3 (Eroica), Op. 55, Mvmt. I, II and III by Los Angeles Philharmonic Orchestra
· Beethoven Sonata for Cello & Piano, Op. 102, No. 1, by Los Angeles Philharmonic Orchestra
· Beethoven String Quartet No. 12, Op. 127, Mvmt. II by Los Angeles Philharmonic Orchestra
· Beethoven String Quartet No. 14, Op. 131, Mvmt. I by Los Angeles Philharmonic Orchestra
· Beethoven String Quartet No. 15, Op. 132, Mvmt. I and III by Los Angeles Philharmonic Orchestra
· Beethoven Symphony No. 9, Op. 123, Mvmt. III by Los Angeles Philharmonic Orchestra
· Beethoven Triple Concerto, Op. 56, Mvmt. II by Los Angeles Philharmonic Orchestra
Espero ter ajudado. Abs, Manuel Blesa
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